Venda de caminhões e maquinários avança 50% mesmo com crise de peças
O setor de veículos de carga dribla a escassez de componentes eletrônicos e vive um 2021 de forte expansão. O segmento de caminhões já acumula alta de 51,8% na comparação entre os períodos de janeiro a setembro de 2020 e de 2021. O crescimento é puxado pelos extrapesados, modelos de maior agregado e mais demandados pelo agronegócio.
"Estamos no meio de mais uma safra recorde e o agro é a principal certeza para os negócios de caminhões em 2021", diz Roberto Leoncini, vice-presidente de vendas e marketing da divisão caminhões e ônibus na Mercedes-Benz do Brasil.
"Isso traz reflexos muito positivos para as vendas no mercado interno, especialmente nos segmentos que transportam as produções do campo, como soja, milho e outros grãos, além da cana-de-açúcar que segue para as usinas."
Com os recordes, veículos voltados para o agro ocupam cada vez mais espaço nas linhas de montagem. Na fábrica da Scania, em São Bernardo do Campo (Grande São Paulo), essa fatia já representa algo entre 40% e 45% da produção de caminhões.
Tanto na Mercedes quanto na concorrente de origem sueca, já há entregas programadas até o fim do primeiro semestre de 2022. A capacidade de produção está no limite, o que resulta em uma espera maior por parte dos clientes.
O mesmo ocorre no setor de máquinas, em que o Brasil é referência global no desenvolvimento de tratores, plantadeiras e colheitadeiras, entre outros equipamentos voltados para o campo.